Um homem austríaco de 52 anos, que fumava um maço de cigarros por dia há mais de três décadas, enfrentou uma rara complicação: o crescimento de cabelos no fundo da garganta. Durante 14 anos, ele precisou remover os fios, que cresciam a uma média de cinco centímetros por ano.
Segundo relato publicado no American Case Reports em 18 de junho, o homem apresentava tosse crônica e irritação persistente na garganta por mais de 26 anos. Essas condições eram causadas pelos fios de cabelo que cresciam em sua traqueia. Este é apenas o segundo caso registrado dessa complicação na história.
O histórico médico do paciente revela a origem do problema. Aos 10 anos, ele quase se afogou e precisou passar por uma traqueostomia, que manteve uma abertura em seu pescoço por quase quatro anos. Para fechar a traqueia, foi utilizado um enxerto de cartilagem feito com parte de sua orelha. Aos 20 anos, ele começou a fumar, hábito que manteve até os 50 anos, quando surgiram tosse persistente e rouquidão extrema. Em um episódio, ele chegou a tossir um fio de cabelo.
Aos 35 anos, um exame com câmeras revelou uma úlcera na traqueia e nove fios de cabelo crescendo perto das pregas vocais. Os médicos explicaram que as substâncias tóxicas do cigarro causaram uma inflamação constante, obrigando as células da orelha transplantada a se adaptarem para sobreviver, o que levou ao desenvolvimento de folículos capilares.
Os cabelos foram removidos manualmente com um procedimento chamado “depilação endoscópica por fórceps”. O homem precisou de várias sessões anuais para remover os fios que atingiam até cinco centímetros de comprimento. A condição só foi controlada quando ele parou de fumar em 2022, 14 anos após o início dos sintomas. Com isso, os médicos realizaram um procedimento que queimou as células capilares em sua garganta, impedindo novos crescimentos.