O mês de abril é marcado por uma data muito especial: o Dia da Conscientização do Autismo, celebrado no dia 2. Desde 2007, quando a ONU instituiu essa data, vários avanços têm sido feitos para melhor entender e tratar o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um desses avanços significativos é o uso da Inteligência Artificial (IA) no diagnóstico e tratamento do TEA.
O papel da IA no diagnóstico do autismo
Tradicionalmente, diagnosticar o autismo é um processo que exige tempo e paciência, utilizando avaliações comportamentais e questionários. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 30% das crianças são diagnosticadas com oito anos de idade devido a esses métodos demorados. No entanto, pesquisadores do Center for Biomedical Informatics da Universidade de Harvard têm utilizado IA para analisar dados comportamentais de pacientes com TEA, alcançando uma precisão de 99,9% e identificando 891 casos positivos.
Além disso, na Coreia do Sul, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Yonsei descobriram que alterações na retina, captadas por imagens e analisadas com IA, podem diagnosticar o autismo com 100% de precisão. Esses avanços demonstram o impacto potencial da IA no diagnóstico rápido e preciso do transtorno.
IA ajudando na rotina das crianças com autismo
O pesquisador Adilmar Dantas, da Universidade Federal de Uberlândia, desenvolveu um jogo chamado Michelzinho, que usa IA para ajudar crianças autistas a identificar e expressar suas emoções. O software é construído sobre o Sistema de Comunicação de Intercâmbio de Fotos (SCIF) e oferece mais de 70 fases interativas com desafios que ajudam as crianças a reconhecer emoções por meio de figuras e moldagem de rostos. Dantas descreve que os jogos permitem às crianças montar expressões, como ‘olhos de alegria’ e ‘boca de tristeza’.
O aplicativo está disponível para dispositivos Android e foi recentemente reconhecido pelo Ministério da Educação na plataforma Saber+ como uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento da aprendizagem.
Através destes exemplos, fica claro como a inteligência artificial não apenas acelera o diagnóstico do TEA, mas também enriquece a vida das crianças ao facilitar a compreensão e expressão de suas emoções, mostrando o poder da tecnologia para transformar vidas.
