Cerca de mil servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão prestes a se aposentar até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este número representa quase 40% do quadro atual de 2.500 servidores. Pelo menos 750 desses profissionais terão direito ao benefício nos próximos dois anos, enquanto o restante poderá solicitar a aposentadoria em 2026.
A situação desperta preocupações sobre a capacidade operacional do Ibama, crucial na fiscalização e proteção ambiental do Brasil. O pagamento do abono permanência é visto como uma alternativa para incentivar os servidores a postergarem a aposentadoria. No entanto, a eficácia dessa medida é questionável, dada a sobrecarga de trabalho enfrentada pela equipe nos últimos anos.
Em resposta à iminente escassez de pessoal, o Ministério da Gestão e da Inovação prometeu organizar concursos para preencher as vagas no Ibama a partir de 2024. A iniciativa é parte dos esforços do governo Lula para reforçar as ações de proteção ambiental. Contudo, até o momento, não houve um retorno oficial da pasta sobre detalhes desses concursos.
Em um contexto relacionado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, expressou preocupações financeiras durante uma sessão na Comissão de Agricultura da Câmara na terça-feira (21). Ela declarou que o ministério não possui recursos suficientes para combater eficazmente o avanço das queimadas no Pantanal, uma das principais regiões ambientais do país. Vale ressaltar que o orçamento do ministério para 2023 foi estabelecido durante o último ano do governo Bolsonaro, o que pode ter impactado a alocação de fundos para essas iniciativas críticas.