Em um caso médico surpreendentemente raro e intrigante, a senhora Daniela Almeida Vera, de 81 anos, moradora de um assentamento em Areal Moreira, Mato Grosso do Sul, enfrentou uma situação médica que chama atenção pela sua raridade: ela carregou um “bebê de pedra” em seu abdômen por mais de 50 anos. Esta condição, conhecida como litopedia, ocorreu após uma gravidez ectópica não reconhecida, na qual o feto, ao invés de se desenvolver no útero, cresce em outro local do corpo da mulher e, após a morte, se calcifica.
O caso veio à tona após Daniela começar a sentir fortes dores abdominais, levando-a a buscar auxílio no Hospital Regional de Ponta Porã. Lá, após uma tomografia 3D, foi descoberto o feto calcificado. Esta descoberta surpreendente levou a uma operação de emergência conduzida pela equipe de obstetrícia do hospital para remover o feto do corpo da idosa. Infelizmente, apesar do sucesso da cirurgia, Daniela não resistiu e faleceu no dia seguinte devido a um quadro grave de infecção generalizada, originada de uma infecção urinária.
A condição de litopedia é extremamente rara, com poucos casos relatados em todo o mundo. Trata-se de um tipo de gravidez ectópica, que ocorre quando o óvulo fertilizado se desenvolve fora do útero. No caso de litopedia, o feto se calcifica após sua morte, podendo permanecer no corpo da mulher sem ser detectado por anos, ou até mesmo décadas, podendo eventualmente levar a complicações graves.
A perda de Daniela Almeida Vera, uma figura maternal que deixou sete filhos e 40 netos, impactou profundamente sua família e a comunidade local. Sua filha mais nova, Rosely Almeida, expressou o choque e a tristeza pela perda, destacando a dificuldade que a mãe tinha em confiar em intervenções médicas devido às suas raízes indígenas.