Incêndios florestais no Ártico ameaçam aumentar emissões de gases

Ondas de calor e mudanças climáticas levam a incêndios no Ártico, elevando emissões de gases de efeito estufa.

O Ártico, uma das regiões mais remotas e frias do planeta, está enfrentando uma onda de incêndios florestais sem precedentes, decorrentes do aumento das temperaturas e das mudanças climáticas. De acordo com o serviço de monitoramento climático da União Europeia, Copernicus, as temperaturas na região estão até 7 ºC acima da média registrada entre 1991 e 2020. A falta de chuvas agrava ainda mais a situação, criando condições ideais para a propagação do fogo.

Os incêndios, concentrados em sua maioria no nordeste da Rússia, especificamente na Sibéria, já devastaram aproximadamente 619 mil hectares, uma área comparável a dois terços da cidade de São Paulo. As autoridades russas relataram a existência de pelo menos 176 focos de incêndio ativos.

Especialistas explicam que o aumento das temperaturas no Ártico tem tornado os incêndios florestais mais comuns em áreas de alta latitude, afetando tanto as florestas boreais quanto as tundras. Esses incêndios liberam grandes quantidades de gases de efeito estufa, que estavam anteriormente armazenados no solo, contribuindo significativamente para o aquecimento global.

Além disso, a fumaça gerada pelos incêndios pode se depositar sobre o gelo, reduzindo sua capacidade de refletir a radiação solar. Isso faz com que tanto a terra quanto o mar abaixo do gelo absorvam mais calor, acelerando o derretimento do gelo ártico.

Com o Ártico aquecendo a um ritmo mais rápido do que o resto do planeta, a frequência e a intensidade desses incêndios são uma preocupação crescente para cientistas e ambientalistas, que alertam para os impactos globais das emissões de gases de efeito estufa provenientes dessa região.