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Curiosidades e Tecnologia

Inovação no tratamento intestinal: o surpreendente papel do transplante de fezes

A história da aposentada brasileira Sônia que foi curada de um distúrbio intestinal com o transplante de fezes

Avatar De Redação Portal Chicosabetudo

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Reprodução

Apesar de parecer peculiar, uma nova fronteira na medicina vem ganhando cada vez mais atenção: o transplante de fezes. É isso mesmo! Na realidade, é um processo mais científico e menos grosseiro do que o nome sugere. Este foi o tratamento que a aposentada Sônia Maria Vitor Oliveira, de 67 anos, relatou ter utilizado para curar seu distúrbio intestinal à BBC News Brasil.

Esta não é a típica história de saúde que você lê todos os dias. Sônia sofreu de desequilíbrio intestinal provocado pela bactéria Clostridioides Difficile, uma condição debilitante que causou perda de controle corporal e um decréscimo de 45 quilos em seu peso. A resposta para seu sofrimento veio de uma fonte improvável: um transplante de microbiota fecal.

Primeiramente descrito na literatura médica em 1958, o transplante de fezes foi realizado pela primeira vez no Brasil apenas em 2013. Apesar de seu nome estranho, o procedimento não envolve a transferência direta de fezes. O bolo fecal passa por um processo de filtragem, com as bactérias benéficas, essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo, sendo separadas. Estes microrganismos positivos auxiliam na digestão, fortalecem nosso sistema imunológico, produzem vitaminas essenciais e mantêm o equilíbrio do nosso microbioma.

Porém, apesar de sua aparente eficácia, o procedimento não foi ainda regulamentado no Brasil. A Anvisa, a agência reguladora da saúde no país, afirmou à BBC News Brasil que recentemente recebeu um pedido de “enquadramento regulatório” para este tipo de tratamento, que define o caminho para a regularização de uma nova tecnologia.

Enquanto a regulamentação não acontece, as universidades brasileiras que realizam o procedimento fazem-no sob um protocolo de pesquisa aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, aderindo às regras estabelecidas no projeto autorizado. Portanto, este procedimento revolucionário ainda é um território em exploração, aguardando aprovação para ser amplamente utilizado.

Estaremos de olho para acompanhar essa história enquanto a medicina continua a inovar e surpreender.

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