O preço da internet no Brasil pode sofrer aumento devido à recente decisão do Governo Federal de elevar a alíquota de importação de fibras e cabos ópticos. A medida foi aprovada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e estará em vigor até abril de 2024, podendo ser estendida.
A decisão do Gecex foi motivada pela solicitação de investigação de práticas de dumping por exportadores chineses, acusados de vender produtos a preços abaixo do mercado para eliminar a concorrência. Multinacionais com operações no Brasil, como Prysmian, Furukawa e Cablena, apoiaram o pedido de análise.
Com o novo imposto, a taxa de importação de cabos ópticos subiu de 11,2% para 35%, e a de fibras, de 9,6% para 35%, impactando importações de todos os países. A Prysmian celebrou a medida, argumentando que o custo da fibra importada é significativamente mais baixo que o nacional, ameaçando o mercado local.
Representantes das operadoras de internet demonstraram preocupação. O presidente da Abrint, Mauricélio Oliveira Júnior, afirmou que os custos para manter e expandir as redes de fibra serão afetados, o que pode elevar o preço para os consumidores. A Conexis, representante de grandes operadoras como Vivo e Claro, também destacou os impactos financeiros esperados para o setor.
Consultores do setor, como Eduardo Tude, apontaram que o impacto não será imediato, dado o estoque atual de materiais, mas alertam para a influência chinesa no setor e questionam a eficácia da medida.