Clientes da XP Investimentos estão movendo ações judiciais contra a corretora, alegando ter sofrido prejuízos milionários devido a práticas consideradas abusivas. Segundo os investidores, essas práticas incluem a venda de produtos financeiros de alto risco com promessas de proteção contra perdas, que não se concretizaram, e operações realizadas sem a devida autorização dos clientes, resultando em dívidas consideráveis.
Um dos casos destacados envolve um cliente que, seguindo orientações da XP, teria tido prejuízos cujas comissões ultrapassaram seu patrimônio inicial de R$ 20 milhões. Esse cliente afirma que as operações alavancadas sugeridas pela corretora chegaram a totalizar R$ 1,1 bilhão, valor 56 vezes superior ao seu patrimônio.
Outro relato vem de um empresário que perdeu R$ 18 milhões após seguir as recomendações de investimento da XP. Ele alega ter sido tratado com descaso pela empresa após suas perdas financeiras e bloqueio de conta.
A XP, fundada em 1997 por Guilherme Benchimol, encerrou o ano de 2023 com R$ 1,1 trilhão sob custódia e 4,5 milhões de clientes, destacando-se como a maior corretora do país. A empresa adquiriu várias outras companhias do setor financeiro recentemente, distribuindo R$ 400 milhões em dividendos aos acionistas no último ano.
As ações judiciais trazem à tona trocas de mensagens entre assessores e clientes, evidenciando que produtos como os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) e operações alavancadas eram promovidos com garantias de segurança que, na prática, não se verificaram. Investidores relatam ter sido induzidos a aumentar seu nível de risco, resultando em perdas substanciais.
Advogados representando os clientes afetados criticam a postura defensiva e agressiva da XP nos tribunais, argumentando que a corretora trata seus clientes meramente como fontes de lucro. Eles apontam que a venda de COEs e a realização de operações alavancadas sem transparência são práticas que contrariam os perfis dos investidores e levam a prejuízos significativos.
Em resposta, a XP Investimentos afirma seguir rigorosamente a regulação do setor e prezar pela transparência nas condições e prazos de seus produtos de investimento. A empresa destaca estar alinhada aos mais altos padrões de compliance e suitability, mas opta por não comentar casos específicos em andamento na Justiça.
