Na sexta-feira (18), o massacre que tirou a vida de quatro estudantes no Colégio Municipal Dom Pedro I, no povoado de Serra dos Correias, em Heliópolis, na Bahia, abalou o país. Entre as vítimas estava a adolescente Fernanda Sousa Gama, de 15 anos, que cursava o ensino médio na instituição. Filha única, Fernanda morava com os pais, Elisangela Alves de Sousa e seu esposo.
Elisangela Alves de Sousa, mãe da jovem, concedeu uma entrevista ao BNews onde compartilhou os dolorosos momentos daquele dia. Ela revelou que a família tinha planos de visitar os avós de Fernanda após a escola, mas que os planos foram interrompidos pela tragédia. Elisangela contou que, no momento do tiroteio, estava em casa lavando as roupas da filha e foi surpreendida pelos sons dos disparos. “Eu não sou uma pessoa tão forte assim, eu choro com tudo que eu vejo, sou muito chorona. Mas desde quando eu ouvi os tiros, eu estava começando a lavar as roupas dela. E era muito tiro, muito tiro”, relatou, ainda abalada.
Inicialmente, Elisangela pensou que o barulho fosse de alguém instalando uma bica de zinco, devido à clareza e intensidade dos sons. “Os tiros eram muito nítidos, muito altos. O barulho foi tão forte que eu pensei: será que é tiro?”. Mesmo com a crescente suspeita, a mãe não imaginava que a violência tinha atingido sua própria filha.
A confusão inicial fez a família acreditar que o tiroteio havia ocorrido na quadra da escola, um espaço mais aberto, longe das salas de aula. Somente ao ligar para a diretora do colégio, Elisangela soube da verdade. A resposta da diretora trouxe a realidade devastadora: “Ela me disse: ‘os que saíram da sala, saíram. Os que não saíram, estão lá com ele’”. Foi nesse momento que Elisangela compreendeu que o pior havia acontecido. “Desde então, Deus está me dando força”, afirmou a mãe, em lágrimas, sobre a dor que ainda enfrenta.