Uma pesquisa recente revelou que uma grande parte dos brasileiros já acreditou em notícias falsas, mesmo confiando em sua habilidade de distinguir o verdadeiro do falso. Realizado pelo Instituto Locomotiva, o estudo entrevistou 1.032 pessoas com mais de 18 anos, entre 15 e 20 de fevereiro de 2024, mostrando que quase 90% dos participantes já foram enganados por informações incorretas.
Curiosamente, 62% dos entrevistados acreditam na própria capacidade de identificar se uma informação é falsa ou verdadeira. Contudo, a pesquisa aponta para uma variedade de temas nos quais os brasileiros foram enganados. As fake news abrangeram desde vendas de produtos, com 64%, até informações sobre segurança pública e sistema penitenciário, com 51% dos entrevistados admitindo ter acreditado em informações inverídicas. Questões como políticas públicas, incluindo vacinação, e escândalos políticos também foram comumente citadas, ambas com 62%.
O estudo ainda destacou a percepção sobre a origem dessas notícias falsas, com 65% dos entrevistados atribuindo a disseminação de fake news ao uso de robôs e inteligência artificial, e 80% reconhecendo a existência de grupos e pessoas remuneradas para criar e espalhar essas informações.
Quanto aos riscos trazidos pela desinformação, 26% dos brasileiros veem a eleição de maus políticos como a maior ameaça, seguidos por 22% que temem o impacto na reputação das pessoas, e 16% preocupados com o medo gerado na população em relação à própria segurança. A preocupação com a saúde vem logo em seguida, com 12% dos entrevistados.
A pesquisa também abordou as reações pessoais ao descobrir que uma informação era falsa, com 35% sentindo-se ingênuos, 31% com raiva e 22% envergonhados. Além disso, 24% já foram acusados de espalhar fake news por indivíduos com visões de mundo opostas.
Diante desses resultados, Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, enfatizou a necessidade de ações educativas para combater a disseminação de notícias falsas. Ele defende o desenvolvimento de estratégias que promovam a educação midiática e a checagem rigorosa de informações, visando fortalecer a comunicação e assegurar o acesso a informações precisas e confiáveis pelo público.