Imagine caminhar por uma tundra congelada e, entre a névoa gelada, avistar uma criatura que não deveria estar ali há milhares de anos. Essa é a visão que Ben Lamm, bilionário e fundador da Colossal Biosciences, quer transformar em realidade.
Com avanços na engenharia genética, ele pretende trazer de volta o mamute-lanoso, extinto há cerca de 4 mil anos, e redefinir os limites da biotecnologia. A ideia de “desextinção” pode soar como ficção científica, mas já está em andamento. A Colossal Biosciences emprega a edição genética para inserir trechos do DNA do mamute em células de elefantes asiáticos, seus parentes mais próximos, com o objetivo de criar um híbrido com características resistentes ao frio, capaz de repovoar as estepes do Ártico.
Além do desejo de reviver uma espécie extinta, cientistas acreditam que o retorno dos mamutes pode ajudar a restaurar ecossistemas e até combater o derretimento do permafrost. Esses gigantes, ao interagir com o ambiente, ajudariam a compactar a neve e reduzir a liberação de gases do efeito estufa presos no solo congelado. O mamute-lanoso, mais que um símbolo da pré-história, é visto como uma peça-chave em um complexo quebra-cabeça ecológico, que poderia contribuir para o equilíbrio climático.
A engenharia genética viabiliza esse experimento por meio da técnica CRISPR, que permite editar o DNA com precisão. Com a inserção de genes do mamute em células de elefantes asiáticos, espera-se gerar um híbrido adaptado ao frio, com o primeiro nascimento previsto até 2028. Se a desextinção for bem-sucedida, outros animais, como o dodô e o tigre-da-tasmânia, também poderão ter uma segunda chance na Terra.