Nos últimos anos, o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) no Brasil tem crescido exponencialmente, e a Bahia não é exceção. Segundo dados da Receita Federal, 45% dos MEIs baianos são mulheres, que buscam independência financeira diante das desigualdades salariais que ainda enfrentam no mercado de trabalho.
Ana Beatriz Conceição, confeiteira e dona da Brigadeibia, e Majoi Morais, publicitária e proprietária da Pink Lemonade Papelaria personalizada, são exemplos de mulheres que encontraram no empreendedorismo uma maneira de conquistar a independência financeira e lidar com os desafios impostos pela pandemia.
Em 2022, um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que o rendimento médio mensal das mulheres no mercado de trabalho brasileiro é 21% menor do que o dos homens. Mesmo nos setores onde as mulheres são maioria, como serviços domésticos e educação, saúde e serviços sociais, elas continuam recebendo menos do que seus colegas do sexo masculino.
Visando combater essa desigualdade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou um grupo de trabalho interministerial no Dia do Trabalhador, 1º de maio, para elaborar a proposta do Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens.
Daniela Portugal, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-BA, enfatiza a importância da independência financeira para as mulheres, que as torna menos suscetíveis a sofrer violência. Ela destaca ainda o impacto da diferença salarial nos segmentos citados na pesquisa e na área jurídica, onde o funcionalismo público pode ajudar a amenizar a disparidade, uma vez que os salários são pré-determinados através de editais.
Segundo Portugal, o histórico de um sistema patriarcal e machista ainda contribui para essa desigualdade. Para enfrentar esses desafios, muitas mulheres têm buscado o empreendedorismo como forma de garantir sua independência financeira e conquistar mais liberdade e autonomia em suas vidas.