NASA enfrenta desafios no desenvolvimento do megafoguete SLS para a missão Artemis 4

NASA enfrenta dificuldades no desenvolvimento do megafoguete SLS, crucial para a missão Artemis 4, com atrasos e aumento de custos que podem atrasar a exploração lunar.

Uma das versões do foguete SLS, da NASA, o modelo Block 1B, que será usado na missão Artemis 4, prevista para 2028, tem representado um grande desafio para a agência. Crédito: NASA

A NASA está enfrentando dificuldades significativas no desenvolvimento do megafoguete Space Launch System (SLS), peça central do Programa Artemis, que visa a exploração lunar. O modelo Block 1B do SLS, destinado à missão Artemis 4 programada para setembro de 2028, apresenta problemas críticos que podem impactar seu cronograma.

De acordo com um relatório do Gabinete do Inspetor-geral (OIG) da NASA, o Estágio Superior de Exploração (EUS), fundamental para aumentar a capacidade de carga do foguete em até 11 toneladas, não atende aos padrões e requisitos necessários, mesmo após um longo período de desenvolvimento. O EUS deveria ter sido entregue pela Boeing em 2021, a tempo de apoiar o lançamento da Artemis 2, que está agendado para o próximo ano. Contudo, o atraso no projeto resultou em um aumento expressivo dos custos, que saltaram de aproximadamente R$ 5,2 bilhões para R$ 11 bilhões.

O relatório também indica que a entrega do EUS está agendada para abril de 2027, o que pode acarretar novos atrasos para a Artemis 4. Esta missão é emblemática, pois levará a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua. A escassez de trabalhadores qualificados na Boeing, que tem promovido treinamentos, é uma das principais barreiras para o avanço do projeto. Além disso, as deficiências de controle de qualidade na fábrica de Michoud, em Louisiana, estão gerando preocupações adicionais.

Mudanças nos requisitos técnicos e nas prioridades de financiamento da NASA, assim como diretrizes do Congresso dos EUA, também têm contribuído para o aumento dos custos e a lentidão no progresso. O OIG recomendou que a Boeing implemente um programa de treinamento em gestão de qualidade e aplique penalidades financeiras por não conformidade, recomendações que foram aceitas pela empresa.

Paralelamente aos desafios com o SLS, a Boeing enfrenta problemas com a cápsula Starliner, que, após enviar os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore à Estação Espacial Internacional, poderá mantê-los por um período prolongado no espaço, possivelmente até 2025, devido a complicações com a espaçonave.