Natal 2023: Comércio vê queda nas vendas e encara pior desempenho em três anos

Queda de vendas no varejo físico marca o pior desempenho dos últimos anos.

O clima natalino não foi suficiente para aquecer as vendas do varejo físico neste ano, com o período natalino registrando um declínio nas vendas, conforme dados do Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian. Entre 18 a 24 de dezembro, as vendas caíram 1,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com um recuo mais acentuado de 10,7% no final de semana do Natal. Este resultado coloca 2023 como o pior Natal dos últimos três anos para o varejo físico, apenas superando o recuo de 10,3% em 2020, o primeiro ano da pandemia.

A queda nas vendas não é um fenômeno isolado, afetando significativamente as lojas paulistas, que viram uma redução de 1,2% durante a semana e 9,6% no final de semana. Especialistas apontam o dia 24, que caiu em um domingo este ano, como um dos fatores para as baixas vendas, uma vez que é tradicionalmente um dia fraco para o comércio. Além disso, a inadimplência recorde deste ano teve um impacto direto no poder de compra dos consumidores, com muitos optando por usar o 13º salário para pagar ou renegociar dívidas, em vez de investir em compras natalinas.

Dados da CNDL e do SPC Brasil revelam que 40,71% dos adultos no país estão inadimplentes, com uma média de dívida superior a R$ 4.000 por pessoa. Esse cenário de endividamento contribui para uma preferência ainda significativa pelo varejo físico, especialmente entre o público mais velho, conforme indicam pesquisas da Abecs. A região Sudeste destaca-se, com 68% dos consumidores preferindo o atendimento presencial para compras de Natal.

Apesar das expectativas negativas em geral, há sinais de resiliência em certos segmentos. A Alshop aponta para um possível aumento no fluxo de clientes na semana do Natal, embora os dados de vendas ainda estejam pendentes.

O comércio de rua na região central de São Paulo, especialmente a famosa 25 de Março, apostou em compras de última hora e promoções para reverter o cenário desfavorável. Segundo Pierre Sarruf, diretor da Univinco, o segmento de decoração natalina atendeu às expectativas de vendas, evidenciando uma variedade nas performances do comércio nesse período.