Novo estudo propõe tratamento inovador para Alzheimer ao estimular oscilações cerebrais

Estudo inova ao sugerir que aumentar oscilações gama no cérebro pode melhorar tratamento do Alzheimer, superando limites das terapias atuais.

Imagem: Roman Bodnarchuk/Shuttersotck

Novo estudo aponta para abordagem inovadora no tratamento do Alzheimer ao potencializar oscilações elétricas cerebrais

Pesquisadores recentemente publicaram um estudo que propõe uma nova estratégia para o tratamento da doença de Alzheimer, focando na estimulação das oscilações elétricas no cérebro em vez de combater as placas de proteínas que são tradicionalmente associadas à condição. A pesquisa, divulgada na revista The Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere que as placas de beta-amiloide, embora amplamente reconhecidas como um sintoma da doença, podem não ser a causa principal do Alzheimer.

Atualmente, tratamentos como lecanemab e aducanumab, aprovados pela FDA, visam eliminar essas placas, mas não conseguem reverter os danos cognitivos e de memória associados à doença. O professor de neurologia e fisiologia da UCLA, Istvan Mody, destacou que, embora esses medicamentos possam retardar o declínio cognitivo, eles não corrigem as alterações patológicas nos neurônios.

Em busca de alternativas, Mody e sua equipe investigaram as oscilações gama, que são ondas cerebrais de alta frequência relacionadas à memória e a outros processos cognitivos. Essas oscilações são frequentemente comprometidas em pessoas com Alzheimer. Pesquisas anteriores já haviam mostrado que estímulos auditivos, visuais ou transcranianos que imitam as oscilações gama podem reduzir as placas, mas sem melhorar a cognição.

A inovação do novo estudo é que os pesquisadores se concentraram em aumentar as oscilações gama internamente, utilizando um composto molecular denominado DDL-920, que inibe a ação do mensageiro químico GABA. O GABA atua como um inibidor das oscilações gama em neurônios de parvalbumina, essenciais para a geração dessas ondas cerebrais. Com a inibição do GABA, as oscilações gama foram restauradas a níveis normais, promovendo assim uma melhora na memória e na cognição.

Os testes realizados em ratos geneticamente modificados para apresentar sintomas de Alzheimer revelaram resultados positivos. Após a administração do composto, o desempenho dos animais em um labirinto, que antes era insatisfatório, se equiparou ao de roedores saudáveis. A melhora foi observada em apenas duas semanas de tratamento, sem efeitos colaterais aparentes.

Mody afirmou que não existe nenhuma abordagem semelhante atualmente disponível no mercado ou em testes experimentais que tenha demonstrado resultados tão promissores.