O papel emergente do Brasil na indústria global de tecnologia

O panorama apresentado pela ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software) em 2024 apontou que o Brasil é uma das dez maiores potências no setor de tecnologia. Apesar dos unicórnios nacionais listados em bolsas de valores internacionais – como Nubank, Stone e iFood -, os dados chocaram.

Entenda neste artigo como o país vem galgando posições e se destacando neste setor altamente técnico e competitivo. Essa história é longa e com inúmeros esforços. Afinal, não é do dia para noite que se constrói a estrutura necessária para receber bem empresas de todo porte, como o Jogar no ICE Casino.

Panorama geral do Brasil

O estudo científico no Brasil não é dos mais antigos, quando comparado a iniciativas que ocorreram ao redor do mundo. Sua primeira instituição de ensino superior foi fundada no século XIX, com a chegada da Coroa Portuguesa no Rio de Janeiro.

Antes disso, os cientistas e pesquisadores brasileiros continuavam seus estudos fora do país e voltavam para cá exercer suas profissões. A título de comparação, a Itália teve sua primeira “universidade” fundada em 1088, na Bolonha.

Se tratarmos de um curso voltado para as tecnologias da informação, o primeiro curso só foi estabelecido em 1969, no campus da Unicamp. Nomeado de “Ciências da Computação”, serviu de base para diversos programas semelhantes nacionalmente.

Mesmo com esforços anteriores de outros governos, foi somente no primeiro governo Lula, em 2002, que o aumento da oferta de cursos cresceu vertiginosamente, assim como o investimento no Ensino Superior. Isso culminou em um aumento significativo de estudantes destas áreas.

Um esforço que trouxe frutos e moldou o que temos hoje foram as iniciativas bilaterais com países desenvolvidos, onde estudantes viajavam ao exterior com bolsas de estudo e poderiam entender modelos econômicos e educacionais que funcionavam para este setor.

Investimento nacional público e privado

Com acesso a experiências internacionais de sucesso, o Brasil passou a ter iniciativas público-privadas (o que denominamos como 3º setor) de sucesso. Entre elas, podemos citar as fomentadoras de startups e a criação de incubadoras e parques tecnológicos.

Startups

A necessidade de tornar os conhecimentos em soluções empresariais era um fato na sociedade brasileira. Além da carência em serviços de TI, empreender na área também construía a oportunidade de enriquecer e gerar empregos – retroalimentando a cadeia de ensino e profissionalização.

Assim surgiram diversas startups ao redor do país, buscando o sucesso que este modelo de negócios atingiu ao redor do mundo. Algumas entidades internacionais, como a Endeavor, se estabeleceram por aqui e foram fundamentais.

Entre alguns nomes que atingiram sucesso, podemos citar a MadeiraMadeira (e-commerce), Ebanx (fintech) e a Creditas (fintech).

Incubadoras e parques tecnológicos

As incubadoras e parques tecnológicos são outras iniciativas público-privadas que marcaram presença no país. Elas oferecem a oportunidade de profissionais jovens e empreendedores se encontrarem e investirem em soluções inovadoras relacionadas à tecnologia. Como sucesso de incubadora podemos citar a Cubo, do Itaú, e a CIETEC, ligada à Universidade de São Paulo.

Os Parques Tecnológicos possuem um viés ainda mais interessante: buscam atender aos clusters industriais próximos às suas regiões com a divulgação de conhecimentos e pesquisas direcionadas a eles. Como exemplo de sucesso, podemos citar o Feevale Techpark, em Porto Alegre – RS, e Porto Digital, em Recife – PE.

Programas governamentais

Algumas iniciativas federais também influenciaram os caminhos do TI brasileiro. O próprio programa Start-Up Brasil trouxe profissionais interessados em modernizar a infraestrutura digital do governo brasileiro.

Questões burocráticas como trâmites de processos, hoje são feitos majoritariamente de modo online, devido à parceria público-privada em criar uma plataforma dedicada a isso.

Outra iniciativa que merece menção é a Lei do Bem. Ela oferece benefícios fiscais a empresas que desenvolvem pesquisa e desenvolvimento tecnológico dentro do território nacional. Isso permite que as empresas invistam parte do seu lucro em aumentar sua competitividade e divulgação científica.

Em quais nichos o Brasil se destaca?

Enquanto a resposta para o papel emergente do Brasil no setor de Tecnologia internacional é investimento e educação, vale lembrar que o país se destaca majoritariamente em alguns nichos específicos. Descubra um pouco mais sobre cada um deles.

Fintechs

Apesar do nome difícil, este setor nada mais é do que a aplicação de tecnologias da informação (software e hardware) para o mercado financeiro. Dentro dos órgãos públicos, podemos citar a implementação do sistema de transações instantâneas Pix. Já no setor privado, também temos empresas de renome, como Nubank, Creditas e Ebanx.

Agrotech

Este nicho traz soluções tecnológicas para problemas relacionados ao maior motor da economia brasileira: a agronomia e pecuária. As principais soluções estão voltadas para o manejo de riscos – como previsão de safras, controle de cabeças de gado e afins.

Outras oferecem equipamentos que melhoram processos como a aplicação de defensivos agrícolas e muito mais. Algumas empresas que se destacam no setor são a Strider, BovControl e a Aegro.