Oficial de Justiça tenta intimar morto em cemitério; entenda

Um oficial de justiça foi até um cemitério para intimar um homem que faleceu em abril de 2022 durante um assalto.

Em um episódio inusitado, um oficial de justiça foi até um cemitério para cumprir um mandado de intimação a um homem que faleceu em abril de 2022 durante um assalto. O caso ocorreu na cidade de Dueré, Tocantins.

Detalhes do caso

Francisco de Assis Sousa, que nasceu em 08/08/1954 e era natural de Grajaú-MA, foi vítima de um assalto violento em 29 de abril de 2022. Dois homens invadiram sua casa, levando um celular, uma televisão, uma moto e R$ 900 em dinheiro, após o matarem com uma faca.

Julgamento e sentença

Um ano e cinco meses após o crime, um dos réus foi condenado pela 1ª Vara Criminal de Gurupi, sob a tutela do juiz Baldur Rocha Giovannini. A sentença continha uma ordem para que a vítima fosse intimada, especificando: “Intime-se pessoalmente a vítima, e caso este seja falecida, intime-se o CADE (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) […]” para fins de execução da indenização mínima de cem salários mínimos.

Erro judicial

Após a sentença, um mandado foi emitido eletronicamente para intimação em nome de Francisco de Assis Sousa. Em 4 de outubro, a Central de Mandados de Gurupi emitiu uma certidão que confirmou que o oficial de justiça, Cácio Antônio, foi até o “endereço” da vítima e o chamou duas ou três vezes pelo nome e até pelo apelido, constatando posteriormente que o homem estava, de fato, morto.

Nota do Tribunal de Justiça

O Tribunal de Justiça de Tocantins se manifestou, alegando que, de acordo com o juiz Giovannini, “não foi expedido nenhum mandado de intimação para pessoa morta” e que “a atitude do oficial de justiça deverá ser apurada por órgão competente.”