A ouabaína, hormônio presente em mamíferos e extraído de plantas, foi historicamente utilizada como veneno de flecha na África Oriental e como esteroide cardiotônico para tratar insuficiência cardíaca, entre outras condições. Estudos mais recentes apontaram seus efeitos anti-inflamatórios, anticancerígenos e, agora, antivirais, direcionando o foco para o combate ao vírus Zika.
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) investigaram se a combinação dos efeitos anti-inflamatórios e antivirais da ouabaína poderia reduzir as partículas do vírus em células infectadas e proteger o desenvolvimento fetal em modelos animais. Em estudos com células-tronco humanas, a substância também demonstrou prevenir a redução do tamanho dos fetos e a microcefalia associada ao Zika, diminuindo a inflamação e a presença do vírus na placenta e tecidos fetais.
Apesar dos achados promissores, a ouabaína apresenta desafios para a aplicação clínica – a substância, que ainda é utilizada em alguns países para tratar doenças cardíacas, não conta com aprovação de órgãos reguladores como a Anvisa e o FDA por apresentar toxicidade em doses elevadas. Atualmente, pesquisadores trabalham no desenvolvimento de versões modificadas com menor risco, mantendo seus efeitos terapêuticos.
Meta-descrição: A ouabaína tem demonstrado ação antiviral contra o vírus Zika, prevenindo danos fetais e reduzindo a inflamação, conforme pesquisas da UFPB.