O Papa Francisco se desculpou nesta terça-feira, 28 de maio, por utilizar um termo considerado homofóbico durante uma reunião com bispos italianos em 20 de maio. Na ocasião, o pontífice teria instruído os clérigos a não aceitarem mais padres abertamente gays, alegando que já haveria “viadagem demais” nos seminários.
“O Papa nunca teve a intenção de ofender ou usar termos homofóbicos e pede desculpas àqueles que se sentiram ofendidos”, afirmou Matteo Bruni, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, aos jornalistas.
De acordo com os jornais La Repubblica e Corriere della Sera, o Papa utilizou o termo “frociaggine”, que pode ser traduzido como “viadagem” ou “bichice”, ambos depreciativos para a comunidade LGBT+. A fala teria surpreendido os mais de 200 presentes na reunião a portas fechadas, segundo a agência de notícias italiana Ansa. Alguns bispos sugeriram que, por ser argentino, Francisco poderia não ter percebido a carga ofensiva do termo italiano utilizado.
Este caso ocorre em um contexto de intenso debate dentro da Igreja Católica sobre a aceitação de padres gays. Embora tenha usado uma expressão considerada ofensiva, o Papa Francisco já se manifestou em outras ocasiões em defesa da inclusão de pessoas LGBT+ na Igreja. Em janeiro de 2024, ele apoiou a decisão do Vaticano de aprovar bênçãos para indivíduos em “união irregular”. Na época, Francisco declarou que a Igreja Católica deveria “pegar os homossexuais pela mão” em vez de “condená-los”.