A saúde pública global enfrenta desafios constantes à medida que novos patógenos emergem. Investigar quais agentes podem causar uma nova pandemia é como procurar algo perdido em um ambiente mal iluminado. As autoridades frequentemente concentram seus esforços nas áreas mais visíveis, mas os riscos reais podem estar ocultos onde não há luz. Os patógenos menos estudados, encontrados em ecossistemas ricos em biodiversidade e com recursos limitados para pesquisa, podem representar uma ameaça significativa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente um relatório que lista mais de 30 patógenos prioritários para a pesquisa e prevenção de pandemias. Essa lista é fundamental para direcionar recursos na elaboração de vacinas e tratamentos. A classificação dos patógenos foi baseada em três critérios principais: a taxa de transmissão, a eficácia de vacinas e diagnósticos, e a gravidade da doença.
Naomi Forrester-Soto, do Instituto Pirbright, destaca que muitos dos patógenos identificados são restritos a regiões específicas, mas possuem potencial para se espalhar globalmente. Os patógenos de maior preocupação incluem:
- Vírus do Mpox: já causou surtos significativos e é considerado uma emergência global pela OMS.
- Coronavírus: inclui o Sars-CoV-2, que causou a recente pandemia.
- Vírus da Influenza A: com subtipos como o H5, que já provocaram surtos em várias partes do mundo.
- Bactérias: relacionadas a cólera, disenteria e pneumonia, recentemente catalogadas pela OMS.
- Vírus Nipah: conhecido por sua alta taxa de mortalidade e pela ausência de tratamento específico.
- Vírus da dengue: também classificado como de alto risco.
Embora muitos dos patógenos listados possam nunca causar epidemias, existe uma preocupação crescente com aqueles que não são monitorados e que podem representar riscos futuros. Naomi enfatiza que, ao ignorar esses patógenos menos conhecidos, a saúde pública pode estar se preparando para surpresas indesejadas.