Paulo Afonso e outros nove municípios da Bahia participarão da maior pesquisa sobre Covid no Brasil

Iniciativa Epicovid 2.0 chega a Paulo Afonso, examinando os impactos pós-pandemia junto a outros municípios baianos.

Paulo Afonso e outros nove municípios baianos estão na linha de frente da maior pesquisa sobre o pós-pandemia de COVID-19 no Brasil, denominada Epicovid 2.0. A iniciativa, encomendada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVSA), busca avaliar os efeitos remanescentes da pandemia, que oficialmente encerrou em maio do ano passado. Este estudo abrangente envolverá 133 cidades brasileiras, selecionadas por serem as mais populosas de cada uma das regiões intermediárias do país, conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as cidades baianas escolhidas estão Barreiras, Feira de Santana, Guanambi, Itabuna, Irecê, Juazeiro, Salvador, Santo Antônio de Jesus e Vitória da Conquista, além de Paulo Afonso. A pesquisa tem como objetivo coletar informações detalhadas de 250 cidadãos em cada município, totalizando 2.500 participantes na Bahia. Os dados serão coletados por equipes de entrevistadores, que farão visitas domiciliares para levantar informações sobre sintomas prolongados, impactos na rotina diária e histórico de vacinação contra a Covid-19.

O infectologista Adriano Oliveira ressalta a importância do estudo para entender os sintomas pós-Covid, que podem ser diversos e incapacitantes. Este entendimento é vital para o desenvolvimento de tratamentos eficazes para quem sofre com sequelas da doença. Um exemplo palpável dessas sequelas é compartilhado por Joseane Dantas, 41 anos, fiscal de transporte público que relata sofrer de intensas dores de cabeça como resultado da Covid-19, mesmo dois anos após a infecção.

A pesquisa também visa investigar a chamada Covid longa, sintomas de longa duração que persistem após a recuperação inicial da doença. Pedro Hallal, epidemiologista e líder da Epicovid, destaca a intenção de fornecer resultados que auxiliem na elaboração de políticas públicas voltadas para a recuperação e o bem-estar da população afetada.

A primeira fase do estudo Epicovid, realizada entre 2020 e 2021, trouxe à luz diversas descobertas sobre a Covid-19 no Brasil, incluindo a subnotificação de casos, disparidades no risco de infecção entre diferentes grupos socioeconômicos e raciais, e a identificação precoce da perda de olfato ou paladar como sintoma comum da doença. Agora, a continuação da pesquisa promete trazer mais insights sobre o legado da pandemia nas comunidades e na saúde pública em geral.