Um pirarucu de 2,2 metros e 80 quilos foi capturado no Rio São Francisco, em Malhada, sudoeste da Bahia, por sete pescadores após horas de esforço. O peixe, natural da Amazônia, chamou a atenção da população após relatos de sua presença na região pantanosa conhecida como Quilombo do Pau D’Arco.
O professor Francisco Kelmo, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), alertou que a presença do pirarucu pode representar risco para outras espécies locais. Sendo carnívoro e agressivo, ele se alimenta de peixes, crustáceos e pequenos animais aquáticos, criando desvantagem para a fauna do rio.
Ainda não se sabe como o peixe chegou à Bahia, mas Kelmo explica que o pirarucu é frequentemente criado fora de seu habitat natural e pode ter escapado de criadouros durante períodos de cheia. O professor defende a criação controlada da espécie, com licenciamento ambiental e sistemas que evitem fugas.
“A criação de pirarucu em cativeiro é uma atividade que vem crescendo nos últimos anos, especialmente na região amazônica, mas também ocorre em outras regiões do país. Contudo, é necessária implantação de sistema para evitar a fuga dos animais e monitoramento contínuo destas criações. Eles precisam contratar consultoria especializada, pois as técnicas diferem para cada espécies/local/tipo de criadouro”, disse.
O exemplar capturado é considerado de tamanho médio, já que o pirarucu pode atingir até 3 metros e 200 kg. Entre suas características, destaca-se a respiração tanto aérea quanto branquial, o que permite sua sobrevivência em águas com pouco oxigênio.