Um novo projeto de pesquisa em São Paulo visa monitorar o surgimento de novas cepas do vírus influenza, causador da gripe, através da análise de amostras de esgoto. A iniciativa é liderada pelo Institut Pasteur de São Paulo (IPSP), em colaboração com a Universidade de São Paulo (USP).
As coletas periódicas de esgoto na capital paulista têm como finalidade identificar quais cepas do vírus estão em circulação, além de avaliar os riscos associados à saúde humana e animal. Esse método de análise também proporcionará informações valiosas para entender o início e o pico da transmissão de cada cepa, bem como seu comportamento na cidade.
Os dados obtidos serão compartilhados com as autoridades de saúde, visando a atualização e eficácia das vacinas contra a gripe. Atualmente, as vacinas disponíveis protegem contra três das cepas mais comuns, mas há um desafio: as cepas presentes nas vacinas nem sempre correspondem às que estão em circulação, uma vez que o vírus da gripe se muta rapidamente.
A coleta de amostras de esgoto oferece uma abordagem mais abrangente de monitoramento, superando as limitações das análises realizadas apenas em indivíduos com suspeita de gripe que buscam atendimento médico. Isso é particularmente importante, visto que o vírus da influenza é um dos principais responsáveis por pandemias globais e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), causa cerca de um bilhão de casos de gripe anualmente, com um número de óbitos variando entre 290 mil e 650 mil.
O projeto do IPSP está previsto para durar entre quatro e cinco anos, prometendo contribuir significativamente para o enfrentamento do vírus influenza e o desenvolvimento de vacinas mais eficazes.