Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, revelaram que as substâncias per e polifluoroalquil (PFAS), presentes em diversos produtos de uso cotidiano como utensílios de cozinha, embalagens de alimentos, móveis e roupas, podem ser absorvidas pela pele e integrar a corrente sanguínea.
Descoberta surpreendente
Embora já se soubesse que os PFAS poderiam entrar no corpo humano por meio da ingestão de alimentos e bebidas ou pela inalação, até agora acreditava-se que esses compostos não conseguiam ultrapassar a barreira da pele. No estudo, os cientistas examinaram 17 tipos de PFAS comuns, regulamentados pela Diretiva de Água Potável da União Europeia (2020/2184).
Metodologia do estudo
Para evitar testes em animais, os pesquisadores utilizaram modelos tridimensionais de pele humana desenvolvidos em laboratório, compostos por várias camadas de tecido. A pesquisa mostrou que 15 dos 17 tipos de PFAS testados foram significativamente absorvidos após aplicação na pele artificial. O ácido perfluorooctanóico (PFOA), um dos compostos mais regulados, apresentou uma taxa de absorção de 13,5%, com 38% da dose aplicada retida no tecido.
Implicações para a saúde
Os resultados indicam que a quantidade de PFAS absorvida está relacionada ao comprimento de sua cadeia de carbono. Compostos com cadeias mais longas mostraram níveis de absorção mais baixos, enquanto aqueles com cadeias mais curtas foram mais facilmente absorvidos. Stuart Harrad, coautor do estudo, destacou que apesar de a indústria estar migrando para o uso de produtos químicos de cadeias mais curtas por serem considerados menos tóxicos, há uma necessidade urgente de entender melhor os riscos associados à maior absorção desses compostos.