Poluição do ar e suas consequências para a saúde cerebral

Estudo associa PM2.5 ao declínio cognitivo, destacando a inflamação sistêmica como fator mediador.

Partículas específicas poderiam estar ligadas à demência (Imagem:Triff/Shutterstock)

A poluição do ar, especialmente as partículas finas conhecidas como PM2.5, não apresenta apenas riscos à saúde respiratória, mas também tem consequências prejudiciais para o cérebro. Pesquisadores das universidades de Rostock, Bonn e Luxemburgo destacam que a poluição do ar pode ter efeitos adversos sobre a saúde cerebral. Um estudo recente, publicado na revista Alzheimer’s & Dementia, avaliou dados de mais de 66 mil pessoas ao longo de uma década, e os resultados indicam que o PM2.5 está associado a um declínio nas habilidades cognitivas.

As partículas podem acessar diretamente o cérebro através do nervo olfatório ou da corrente sanguínea, ultrapassando a barreira hematoencefálica e induzindo inflamações locais. O estudo correlacionou essa inflamação com um aumento na contagem de monócitos, sugerindo que a poluição do ar pode prejudicar gravemente a função cognitiva da população.

Além disso, os pesquisadores enfatizam que há uma demanda urgente por investigações que explorem mais a fundo os mecanismos envolvidos nessa relação, especialmente em um cenário de urbanização crescente e envelhecimento populacional, uma vez que esses fatores fazem da poluição do ar uma preocupação crescente para a saúde cerebral.