Possível fusão entre Gol e Azul pode impactar preço de passagens aéreas

A fusão entre Gol e Azul pode resultar em passagens mais caras e menos voos, alertam especialistas do setor aéreo.

A recente possibilidade de fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul levanta preocupações significativas no mercado. Caso a fusão se concretize, especialistas prevêem um aumento no preço das passagens aéreas, além de uma redução na oferta de assentos para os clientes. Este cenário de consolidação preocupa diversos analistas, que enxergam uma concentração excessiva de operações em determinados aeroportos.

Márcio Holland, professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), expressa seu receio quanto ao impacto dessa concentração. “Se a empresa que opera majoritariamente em um desses aeroportos enfrentar dificuldades, a população local poderá sofrer grandes transtornos”, alerta Holland. Segundo ele, aeroportos como Confins (MG), Recife (PE) e Galeão (RJ) terão, respectivamente, 88%, 84% e 81% de seus voos operados pela nova companhia resultante da fusão.

Além da concentração de operações, outro ponto crítico é o possível aumento no preço das passagens. A Azul, que já detém a maior tarifa média de passagens aéreas no Brasil em 2023, de R$ 717, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pode elevar ainda mais os preços. Atualmente, as tarifas médias da Azul são 24% superiores às da Gol nas 96 rotas operadas por ambas as empresas.

O estudo do professor da FGV também destaca potenciais impactos negativos para os funcionários da Gol. A fusão poderia resultar em demissões, com a Azul buscando aumentar sua eficiência econômica por meio da redução de operações e de pessoal. No entanto, esses ganhos não devem se traduzir em benefícios para os consumidores, mas sim em aumento de receitas para a Azul.