O preço do café atingiu um novo recorde, alcançando a maior cotação em 28 anos, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. A commodity registrou preço médio de R$ 2.315,44 por saca, um aumento de 6,9% em relação a dezembro de 2023, quando era cotada a R$ 2.154,88.
Entre os fatores que explicam essa alta estão problemas climáticos que afetaram a produção e estoques reduzidos da indústria. O Brasil, maior produtor mundial, sofreu com uma severa geada em 2021 e períodos de seca que comprometeram a produção recente. Outros países produtores, como Vietnã, Colômbia e Indonésia, também enfrentaram dificuldades.
A alta do preço do café não se restringe ao mercado interno. Na Bolsa de Nova York (ICE), referência global para o café arábica, a cotação atingiu US$ 3,6655 por libra-peso, o maior valor nominal desde 1977. Esse valor mais que dobrou em relação a outubro de 2023, quando era de US$ 1,6935.
O aumento no mercado internacional impulsionou as exportações brasileiras, que atingiram um recorde de 50,443 milhões de sacas em 2024, crescimento de 28,5% em relação ao ano anterior. No Brasil, o preço do café torrado e moído para o consumidor final subiu 40% ao longo do ano, passando de R$ 29,62 em janeiro para R$ 42,65 em dezembro.
A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a produção brasileira continue em queda, projetando 51,8 milhões de sacas para 2025, recuo de 4,4% em relação a 2024. O cenário pode manter os preços elevados até o fim do ano.