Quando começamos a envelhecer, segundo novas pesquisas científicas

A ciência revela novos insights sobre quando e como o envelhecimento começa no corpo humano.

Imagem Pexels Anastasia Shuraeva

Uma pesquisa recente conduzida nos Estados Unidos trouxe novos insights sobre quando, de fato, começamos a envelhecer. O estudo, que analisou dados de mais de 4.000 pessoas, investigou como diferentes sinais corporais podem indicar envelhecimento, mesmo que esses sinais não sejam visíveis a olho nu.

Segundo Eric Verdin, presidente e CEO do Buck Institute for Research on Aging, na Califórnia, não existe um ponto biológico específico que marque a transição da meia-idade para a fase final da vida. Verdin ressalta que há uma grande variabilidade entre indivíduos quando se trata de envelhecimento.

No aspecto social, uma pesquisa publicada na revista Psychology and Aging, liderada por Markus Wettstein da Universidade Humboldt em Berlim, revelou que a percepção de quando uma pessoa é considerada velha está mudando. Os resultados mostram que os adultos de meia-idade e idosos de hoje se sentem mais jovens do que aqueles de idades semelhantes há duas décadas. Wettstein observa que isso pode ser atribuído tanto ao aumento da longevidade quanto a uma espécie de “estado de negação” em relação à velhice.

O interesse científico no envelhecimento tem crescido significativamente no último século, impulsionado por investimentos bilionários de financiadores governamentais e privados. Esse aumento no financiamento resultou em novas percepções sobre o processo de envelhecimento. Por exemplo, uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Stanford analisou o plasma sanguíneo de 4.263 doadores, descobrindo que as proteínas presentes no sangue são indicadores confiáveis de envelhecimento.

De acordo com Tony Wyss-Coray, professor de neurologia e ciências neurológicas em Stanford, as mudanças nos níveis de proteínas no sangue são um reflexo das alterações no nosso “relógio cronológico”. Ao estudar mais de 3.000 proteínas em cada indivíduo, os pesquisadores identificaram 1.379 proteínas que variam conforme a idade. Utilizando apenas 373 dessas proteínas, os cientistas conseguiram prever a idade dos participantes.

O estudo indica que as primeiras alterações significativas nas proteínas ocorrem aos 34 anos, marcando o início da fase adulta. A fase de maturidade tardia se estende dos 60 aos 78 anos, e a partir dessa idade, é considerada a velhice. Em cada uma dessas fases, as proteínas reduzem sua produção, o que foi associado a uma menor capacidade de reparo do DNA.

Essas descobertas fornecem uma nova perspectiva sobre o envelhecimento e podem contribuir para futuras pesquisas e intervenções que visem aumentar a longevidade e a qualidade de vida das pessoas.