Em uma descoberta que poderia mudar a forma como vemos medicamentos comumente associados a questões de saúde sexual masculina, um estudo recente traz à luz uma conexão potencialmente revolucionária entre o Viagra (sildenafil) e a diminuição do risco de Alzheimer na terceira idade. Publicado na prestigiada revista científica Neurology, a pesquisa acompanhou mais de 260 mil homens, revelando que o uso do sildenafil, entre outras mais de 20 prescrições analisadas, está associado a uma menor probabilidade de desenvolver demência.
A notícia é empolgante, sugerindo que o sildenafil, conhecido principalmente por tratar a disfunção erétil, pode ter benefícios surpreendentes além da sua aplicação original. A pesquisa destaca uma correlação intrigante que merece uma investigação mais aprofundada, dada a prevalência crescente do Alzheimer entre a população idosa.
No entanto, o entusiasmo com esses achados deve ser temperado com uma dose de cautela. Rui Daniel Prediger, um respeitado pesquisador e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), adverte que, apesar da robustez dos resultados recentes, o caminho da pesquisa epidemiológica para a aplicação clínica é complexo e desafiador. Ele aponta que, nas últimas décadas, apesar da existência de mais de 20 substâncias com relações semelhantes sugeridas, apenas uma nova classe de medicamentos, os anti-amiloides, foi aprovada para o tratamento do Alzheimer.