A adoção de refrigerantes sem açúcar, frequentemente rotulados como “zero” ou “diet”, como alternativas saudáveis às versões açucaradas tem sido uma prática comum entre aqueles que buscam reduzir a ingestão calórica. Contudo, pesquisas recentes sugerem que essas bebidas podem não ser tão benéficas quanto parecem. A principal razão apontada é a substituição do açúcar por adoçantes artificiais, que podem alterar a percepção do paladar, intensificando a sensação de doçura além do que é encontrado nos refrigerantes convencionais.
Estudos, incluindo um publicado pela American Journal of Geriatrics Society, indicam uma associação entre o consumo de refrigerantes sem açúcar e o aumento significativo da circunferência abdominal, em até 70%, comparativamente aos que não consomem tais bebidas. Especula-se que os adoçantes artificiais confundam as papilas gustativas e, em combinação com aspectos psicológicos, encorajem o consumo excessivo de alimentos mais calóricos, sob a falsa premissa de economia calórica pela escolha da bebida.
Além do impacto no peso e na percepção do sabor, os refrigerantes sem açúcar contêm uma série de componentes químicos como corantes, conservantes e ácido fosfórico, cujos efeitos no organismo podem ser questionáveis. Uma pesquisa realizada em Illinois, Estados Unidos, revelou uma ligação entre o consumo dessas bebidas e um aumento da compulsão por açúcar. Os adoçantes, aparentemente, instigam o cérebro a desejar alimentos cada vez mais doces, levando a escolhas alimentares menos saudáveis ao longo do tempo.
Outro aspecto preocupante é o potencial impacto desses adoçantes na microbiota intestinal. De acordo com estudos divulgados na revista Nature, o desequilíbrio provocado pelos adoçantes pode favorecer a intolerância à glicose, desregulando o equilíbrio da flora intestinal.
Diante dessas descobertas, a imagem dos refrigerantes sem açúcar como alternativas seguras e saudáveis para quem deseja manter ou perder peso está sendo reavaliada. A complexidade dos efeitos dessas bebidas sobre o organismo humano sugere que a moderação e a conscientização são essenciais ao incluí-las na dieta.