Os cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, estão sob a lupa dos pesquisadores devido aos seus potenciais efeitos colaterais. Embora muitos os considerem uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional, um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) trouxe à tona preocupações significativas sobre o assunto. Este estudo descobriu que o uso de vapes pode aumentar a probabilidade de sofrer um infarto em 1,79 vez. Com quase 3 milhões de brasileiros utilizando esses dispositivos regularmente, essas descobertas são alarmantes.
Além do risco de infarto, os pesquisadores alertam para outros perigos associados ao uso de vapes. Há o risco de intoxicação por ingestão acidental, absorção pela mucosa oral ou mesmo pelo contato com a pele em caso de vazamento do líquido que contém a nicotina e outras substâncias químicas. Desde 2009, a venda e a comercialização de vapes são proibidas no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas isso não impediu que esses dispositivos se tornassem populares.
Em outros países, como os Estados Unidos, os problemas de saúde relacionados ao uso de vapes também estão aumentando. A ocorrência de casos de lesão pulmonar aguda grave e até a morte de uma criança por ingestão acidental desse líquido tem preocupado as autoridades de saúde. Além disso, pesquisadores da University College London (UCL), na Inglaterra, e da Universidade de Innsbruck, na Áustria, constataram alterações no DNA de usuários de vapes, indicando um possível risco de desenvolvimento de câncer, similarmente aos fumantes de cigarros convencionais.
Os estudos não param por aí; eles também relacionam o uso de cigarros eletrônicos a um aumento no risco de insuficiência cardíaca e outras doenças do coração. Outro ponto de preocupação é o dano potencial à visão, com relatos de problemas oculares graves em adolescentes e jovens adultos usuários de vapes.
Considerando todos esses riscos, fica evidente que o uso de vapes não é tão seguro quanto muitos pensam. Com um espectro tão amplo de efeitos colaterais potenciais, desde problemas cardíacos a riscos de câncer, a necessidade de regulamentação e pesquisa adicional sobre cigarros eletrônicos é mais urgente do que nunca.