Salvador se destaca como a cidade brasileira com o maior número de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao todo, são 101 patrimônios que contam a história da capital baiana. Não é à toa que a Bahia ocupa o terceiro lugar entre os estados com o maior acervo do país.
Desde 1938, o Iphan tem registrado importantes equipamentos e acervos soteropolitanos. Entre eles, o Convento e Igreja de Nossa Senhora da Lapa, o Convento Igreja do Desterro, a Igreja Matriz de Monte Serrat e o Mosteiro e Igreja da Graça ganharam lugar cativo nos livros de tombo.
Os últimos tombamentos em Salvador aconteceram nos anos 2000. Em 2008, a Cidade Baixa teve seu conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico tombado. Antes, entre 2002 e 2005, foi a vez do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Oxumaré, do Teatro Castro Alves, do Terreiro Tumba Junsara e da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, com seu acervo móvel e integrado, receberem o título.
Acidente na Igreja de São Francisco
Os dados sobre os tombamentos foram levantados pela Fiquem Sabendo, uma organização que preza pela transparência pública. O estudo ganhou força após o desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, durante o horário de visitação, no dia 5 de fevereiro.
Além dos templos religiosos, Salvador também se orgulha de ter quatro fortes tombados: o Forte da Gamboa, o Forte de Santa Maria, o Forte de Santo Antônio da Barra e o Forte de São Marcelo.
Na ocasião do acidente, a turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, perdeu a vida, e outras cinco pessoas ficaram feridas. A igreja, um dos principais símbolos do barroco brasileiro, é tombada pelo Iphan.
Após o ocorrido, o Iphan contratou uma empresa para realizar serviços emergenciais na igreja, que segue interditada pela Defesa Civil.
A lista do Iphan inclui mais de 2,5 mil itens em todo o Brasil, desde casarões até igrejas, além de conjuntos arquitetônicos e acervos. A Igreja de São Francisco de Assis está entre os 298 bens tombados em 1938.