Saúde pública amplia acesso à PrEP para prevenção do HIV entre mulheres

A PrEP, estratégia de prevenção ao HIV, é eficaz e acessível para mulheres no SUS, promovendo saúde e empoderamento feminino.

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem consolidado a profilaxia pré-exposição (PrEP) como um método eficaz na prevenção do vírus HIV, abrangendo não apenas o público masculino, mas também as mulheres, que até então tinham menor visibilidade quanto aos benefícios desta estratégia preventiva. A PrEP, que envolve a ingestão de comprimidos antes da relação sexual para bloquear a infecção pelo HIV, é recomendada para pessoas sexualmente ativas que estejam em maior risco de exposição ao vírus.

Especialistas enfatizam a importância do acesso e da informação sobre a PrEP para mulheres, incluindo aquelas solteiras ou em relacionamentos onde o histórico de testagem para infecções sexualmente transmissíveis (IST) do parceiro é desconhecido. Claudia Velasquez, diretora do UNAIDS no Brasil, destaca que a promoção do conhecimento e a facilitação do acesso à PrEP são passos essenciais para o empoderamento feminino, proporcionando maior autonomia no cuidado com a saúde e na sexualidade.

O infectologista Henrique Lacerda, do Hospital Brasília, reitera que a eficácia da PrEP se estende a todos os gêneros, incluindo mulheres, pessoas transgênero e profissionais do sexo, e é crucial para o controle da disseminação do HIV. A escolha entre o uso diário ou sob demanda da PrEP deve ser orientada por avaliação médica, e, quando utilizada corretamente, sua eficácia ultrapassa 95%.

Apesar de sua efetividade na prevenção do HIV, é importante ressaltar que a PrEP não previne outras ISTs, como a sífilis, e o uso de preservativos continua sendo necessário. O medicamento é indicado para adolescentes e adultos a partir de 15 anos que estejam vulneráveis à infecção pelo HIV, incluindo aqueles com histórico de esquecimento no uso de camisinha, uso frequente de profilaxia Pós-Exposição (PEP) ao HIV, histórico de ISTs, envolvimento em relações sexuais em troca de dinheiro, drogas ou moradia, e prática de chemsex.

O Ministério da Saúde informa que 918 serviços de saúde pelo país disponibilizam o medicamento. Para mulheres cisgênero, pessoas trans ou não binárias designadas como sexo feminino ao nascer, ou qualquer pessoa que use hormônio à base de estradiol, é recomendado o uso da PrEP por pelo menos sete dias para efetividade contra a infecção pelo HIV, com a adoção de medidas adicionais de prevenção, como o uso de camisinha, antes deste período.