Telescópio Webb revela anãs marrons no aglomerado estelar NGC 602

Telescópio Webb revela anãs marrons no aglomerado estelar NGC 602.

Representação artística do Telescópio Espacial James Webb (Imagem:olivier.laurent.photos/Shutterstock)

Um grupo de astrônomos, incluindo Peter Zeidler, Elena Sabbi, Elena Manjavacas e Antonella Nota, fez novas observações do aglomerado estelar NGC 602, que está localizado nas proximidades da Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Terra. Esse aglomerado possui uma configuração ambiental semelhante à do Universo primitivo, caracterizando-se por baixas concentrações de elementos pesados e pela presença de nuvens escuras de poeira.

Através do Telescópio Espacial James Webb (JWST), a equipe identificou a presença de gás ionizado e processos ativos de formação de estrelas nessa região, além de candidatas a anãs marrons jovens fora da Via Láctea, de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA).

Estas anãs marrons são corpos celestes que se assemelham em variados aspectos aos exoplanetas, apresentando massa entre 13 e 75 vezes a de Júpiter. As imagens capturadas pela Near InfraRed Camera (NIRCam) revelaram as estrelas do aglomerado, objetos estelares jovens e o ambiente energético ao seu redor. As observações foram realizadas em abril de 2023.

Segundo Peter Zeidler, autor principal do estudo e associado à AURA/STScI, “Somente a extraordinária sensibilidade e resolução do JWST permitem detectar estes objetos a distâncias tão imensas”. Elena Manjavacas, uma das integrantes da equipe, destacou que até agora existiam cerca de três mil anãs marrons conhecidas, todas no interior da Via Láctea.

A também integrante Antonella Nota, que é diretora-executiva do Instituto Internacional de Ciência Espacial, enfatizou a importância da combinação entre os telescópios Hubble e Webb para o estudo de aglomerados estelares jovens: “O Hubble mostrou que NGC 602 abriga estrelas de baixa massa, mas só o Webb nos permite visualizar a amplitude e relevância da formação subestelar nesse local”.

Os resultados dessa pesquisa corroboram a teoria de que os corpos abaixo do limite de queima de hidrogênio seguem a mesma distribuição de massa das estrelas. Isso representa uma oportunidade significativa para investigar a formação estelar em cenários distintos dos que encontramos nas imediações solares.

Os achados foram divulgados na revista The Astrophysical Journal.