No videogame e no seriado da HBO “The Last of Us”, um fungo infecta muitas pessoas e as transforma em criaturas monstruosas. Apesar de a história parecer uma invenção, uma investigação recente identificou uma evolução real dos fungos, que estão se aclimatando às altas temperaturas e às mudanças climáticas para permanecer vivos.
“Como os fungos são expostos a temperaturas elevadas mais consistentes, há uma possibilidade real de que certos fungos que antes eram inofensivos de repente se tornem patógenos em potencial”, afirmou Peter Pappas, pesquisador de doenças infecciosas da Universidade do Alabama em Birmingham.
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), aproximadamente sete mil pessoas foram a óbito nos Estados Unidos em decorrência de infecções fúngicas em 2021; nos anos 1970, o problema de saúde afetava centenas de pessoas a cada ano.
Temperaturas mais altas ajudam os fungos a proliferar, de acordo com o estudo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Até a temperatura corporal mais elevada pode ser propícia para eles, o que os especialistas interpretam como a capacidade de lidar com o estresse térmico, seja no corpo ou fora dele.
A variação do clima também é um elemento crucial e relevante para a pesquisa, uma vez que isso pode estar originando condições para que alguns fungos patogênicos ampliem sua área de ocorrência. Outro problema que agrava a situação é que existem poucos medicamentos eficazes e não tóxicos para tratar essas infecções.