TikTok é acusado de rastrear consumidores de conteúdo LGBTQIAP+: entenda as polêmicas

O aplicativo TikTok vem sendo acusado de rastrear usuários que consomem conteúdos voltados para a comunidade LGBTQIAP+. Funcionários da empresa relataram que existem listas internas em que são registradas as contas que costumam consumir esse tipo de conteúdo.

Embora a plataforma não questione a orientação sexual de seus usuários, a descoberta dessas listas gerou preocupações de que esses registros possam ser usados para prejudicar a integridade desses internautas, especialmente em regiões com maiores índices de assédios e violência contra a comunidade.

A empresa declarou que o painel que os funcionários usavam para acessar os dados dos observadores de conteúdo LGBTQIAP+ foi excluído nos EUA há quase um ano. No entanto, alguns funcionários relataram que esses dados ainda podiam ser acessados por meio de um painel interno.

A coleta de informações sobre o comportamento dos usuários é comum entre empresas de tecnologia para personalizar a experiência do usuário e fornecer anúncios direcionados. Contudo, o rastreamento com base em dados sensíveis, como orientação sexual, religião, raça, entre outros, pode ser considerado invasivo e pode levar a práticas discriminatórias.

Funcionários do TikTok nos EUA, Reino Unido e Austrália já questionaram essa prática para executivos de alto escalão, dizendo temer que os dados possam ser compartilhados com terceiros ou usados para chantagear os próprios usuários.

No Brasil, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) distingue o tratamento de dados pessoais (como nome, email, hábitos de consumo) dos dados sensíveis, que exigem maior cuidado. Embora o TikTok não peça que os usuários revelem sua orientação sexual para se cadastrarem, essa prática pode ser considerada invasiva e prejudicar a confiança dos usuários na plataforma.