Os trabalhadores dos Correios em Alagoas decidiram, em assembleia realizada na última quarta-feira (7), aderir à greve nacional, paralisando suas atividades por tempo indeterminado. A decisão foi comunicada pelo Sindicato dos Trabalhadores ECT Correios e Telégrafos (Sintect-AL), que informou a rejeição da categoria à proposta apresentada pela empresa.
Apesar da paralisação, os Correios afirmaram que, nesta quinta-feira (8), as operações estão normais em Alagoas, com todas as agências abertas e serviços disponíveis. No entanto, Alisson Guerreiro, presidente do Sintect-AL, explicou que os trabalhadores não aceitaram a proposta da empresa, pois não atende às suas principais reivindicações.
“Estamos em campanha salarial e disponíveis para negociar desde junho. Porém, a empresa não mostrou disposição para negociar nesse período. Nossa data-base é em agosto, e a proposta de reposição da inflação foi para janeiro, o que não atende nossas necessidades. Além disso, o alto custo do plano de saúde, que representa quase 40% do nosso salário, a necessidade de aumento salarial para a data-base de agosto, e a realização de concurso público, que é uma demanda urgente devido ao baixo efetivo, são pontos cruciais que não foram atendidos”, declarou Guerreiro.
Os Correios, em nota, detalharam sua proposta, que inclui um aumento de 6,05% nos salários a partir de janeiro de 2025 e um aumento de 4,11% nos benefícios a partir de agosto de 2024. A proposta também contempla um aumento de 20% na gratificação para motociclistas e motoristas, um vale alimentação/refeição extra de R$ 50,93 entre agosto e dezembro de 2024 para empregados com remuneração até R$ 7,3 mil, e um “vale-peru” de R$ 1.120,47 a ser pago em dezembro de 2024.
Quanto ao plano de saúde, a empresa planeja reduzir a coparticipação de 30% para 15%, com previsão de implementação no próximo mês. Sobre o concurso público, os Correios informaram que estão abertos concursos para vagas nas áreas de medicina e segurança do trabalho e em processo para a realização de um concurso nacional para vagas de nível médio e superior, com início das contratações previsto para dezembro.
Para minimizar o impacto da greve, os Correios adotaram medidas como remanejamento de profissionais e realização de horas extras para cobrir as ausências pontuais e localizadas devido à paralisação.