As unhas longas e decoradas com gel ou acrílico estão em alta entre as celebridades, como Kylie Jenner, Rihanna, Ariana Grande e Cardi B, que usam a “nail art” para expressar seu estilo pessoal. Esta tendência está em expansão, e as próteses de gel ou acrílico são muito populares, inclusive no Brasil. Apesar da aparência elegante proporcionada por essas manicures, os produtos utilizados podem prejudicar a saúde das unhas naturais e causar problemas inesperados em algumas pessoas. A cola usada para fixar as unhas acrílicas, por exemplo, contém uma mistura de álcool, cianoacrilato (um tipo de Super Bonder) e metacrilato, além de formaldeído, um conhecido agente cancerígeno.
Riscos químicos e dermatológicos
Os produtos químicos presentes nos adesivos para unhas podem causar irritação e dermatite. Queimaduras provocadas pela cola são comuns, e se a cola entrar em contato com a roupa, pode ferir a pele e causar infecções. O uso prolongado de géis e acrílicos pode levar ao desenvolvimento de unhas pseudo-psoriáticas, caracterizadas pela hiperqueratose, uma pele extra que cresce sob a unha, parecendo uma lesão de psoríase. Além disso, muitas pessoas que seguem essa moda acabam desenvolvendo alergia ao metacrilato de metila, que em casos graves, pode causar a perda permanente das unhas. Outros sofrem de neuropatia periférica, experimentando formigamento ou dormência nos dedos, às vezes de forma permanente.
Câncer de pele e exposição aos raios UV
O uso de lâmpadas UV para secar unhas de gel é outra preocupação. Essas lâmpadas emitem raios UVA, que endurecem o gel, mas também aumentam a exposição a radiações potencialmente cancerígenas. Quem faz essas aplicações com frequência pode estar mais exposto aos riscos de câncer de pele, especialmente se não utilizar protetor solar ou luvas durante o procedimento. A aplicação de um protetor solar de fator alto 30 minutos antes da sessão e o uso de luvas escuras e sem dedos pode reduzir significativamente essa exposição.
Unhas fracas e danificadas
A remoção das unhas de gel e acrílico pode danificar a placa ungueal, deixando as unhas naturais fracas, quebradiças e secas. Mesmo a remoção cuidadosa pode descamar a queratina da unha, causando pseudoleuconíquia (manchas brancas). Produtos como acetona, usados para remover resíduos, também ressecam as unhas e a pele ao redor e são absorvidos pela corrente sanguínea, aumentando o risco de danos.
Infecções e bactérias
Deixar as unhas postiças por muito tempo pode causar acúmulo de umidade, criando um ambiente propício para o crescimento de fungos, que pode ser ocultado pelo acrílico. Além disso, vernizes tradicionais e acrílicos podem alterar as leituras do oxímetro de pulso, um dispositivo que mede a quantidade de oxigênio no sangue. Embora geralmente não seja clinicamente significativo, esses produtos são proibidos em ambientes clínicos porque as lascas de esmalte ou polimento são um terreno fértil para bactérias.
Para quem ama manicure, pode ser mais seguro optar por cuidar das unhas naturais, mantendo-as visíveis para identificar qualquer alteração na aparência que possa indicar problemas de saúde, como infecções fúngicas ou até mesmo doenças cardíacas.