USP inaugura centro para produção de órgãos suínos para transplantes

USP inaugura primeira instalação para criar suínos que fornecerão órgãos para xenotransplantes, um avanço pioneiro na América Latina.

xenotransplantes

A Universidade de São Paulo (USP) deu um grande passo na medicina moderna com a inauguração da primeira pig facility do Brasil. Este centro é projetado para criar suínos sob condições sanitárias específicas, cujos órgãos são geneticamente alterados para serem compatíveis com humanos, visando transplantes.

Qual o objetivo do novo biotério na USP?

Localizado na Cidade Universitária, o biotério é parte crucial do projeto Xeno BR, uma iniciativa pioneira na América Latina focada em xenotransplantes, ou seja, o transplante de órgãos de animais para pessoas. Esse tipo de pesquisa é vital, pois pode reduzir significativamente as listas de espera por transplantes de órgãos vitais, salvando inúmeras vidas. Por exemplo, o primeiro transplante bem-sucedido de um rim de porco para um humano aconteceu em março deste ano no Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos — liderado pelo médico brasileiro Leonardo Riella.

Como é feita a produção dos órgãos?

No Brasil, um grupo de cientistas há seis anos dedica-se à edição genética de embriões. Estes embriões são, então, implantados em porcas para que nasçam os suínos que fornecerão órgãos vitais como rins, corações, peles e córneas para transplantes. Este esforço minucioso ocorre na sede do projeto no Instituto de Biociências da USP e conta com apoio de empresas, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Um futuro promissor para os xenotransplantes

A modificação genética dos órgãos tem mostrado grande promessa, e um dos maiores desafios é garantir que esses órgãos não sejam rejeitados pelo corpo humano. Além da facilidade já estabelecida, outro laboratório do projeto Xeno BR está previsto para ser inaugurado ainda este ano no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, também parte da USP. A abertura desse centro reforça o compromisso com o avanço no campo dos xenotransplantes, visando um futuro onde a escassez de órgãos para transplantes possa ser significativamente mitigada.