Vacina contra HPV reduz risco de câncer de boca e garganta em homens

Novo estudo mostra que a vacina contra o HPV reduz o risco de câncer de boca e garganta em homens, ampliando os benefícios além das mulheres.

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Durante muito tempo, a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) foi considerada uma proteção exclusiva para mulheres, prevenindo o câncer de colo do útero. No entanto, um novo estudo realizado pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica sugere que o imunizante também pode beneficiar homens, reduzindo seu risco de desenvolver câncer de boca ou garganta.

A pesquisa analisou dados de 3,4 milhões de indivíduos, comparando aqueles vacinados contra o HPV com os não vacinados. Como esperado, as mulheres vacinadas exibiram menor probabilidade de desenvolver câncer cervical em um período de pelo menos cinco anos após a imunização. No entanto, os resultados também revelaram que os homens vacinados tiveram taxas reduzidas de qualquer câncer relacionado ao HPV, como os de ânus, pênis, boca ou garganta.

Benefícios futuros e importância da vacinação

De acordo com o Dr. Joseph Curry, cirurgião de cabeça e pescoço do Sidney Kimmel Cancer Center, “acreditamos que o benefício máximo da vacina ocorrerá realmente nas próximas duas ou três décadas. O que estamos mostrando aqui é uma onda inicial de efeitos”.

O HPV é um vírus extremamente comum, transmitido por via sexual. Existem mais de 150 tipos conhecidos, sendo a maioria inofensiva. No entanto, alguns tipos podem causar lesões na pele, como verrugas, que podem evoluir para doenças graves. No Brasil, estima-se que haja entre nove e dez milhões de pessoas infectadas pelo HPV e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano.

Cerca de 80% da população sexualmente ativa deve ser infectada pelo vírus em algum momento de sua vida. Como não existe tratamento específico contra o HPV, a vacina é crucial para a proteção antes mesmo do contato com o vírus.

No Brasil, o Ministério da Saúde adotou recentemente um esquema vacinal de dose única, visando aumentar a adesão ao imunizante. Essa decisão segue as recomendações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).