A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a reimplantação da proibição da venda de álcool líquido 70% em supermercados, hipermercados e farmácias em todo o território brasileiro. A restrição, que começará a valer a partir de maio deste ano, marca o fim de uma permissão temporária concedida durante os momentos mais críticos da pandemia de covid-19, visando facilitar as práticas de limpeza para combater o vírus.
O álcool em gel, por sua vez, continua com sua venda liberada, permanecendo como uma opção segura para a higienização e desinfecção contra germes e patógenos. A decisão de restringir especificamente o álcool líquido 70% e não o gel advém de uma análise dos riscos associados ao uso do produto em sua forma líquida, consideravelmente mais perigosa em termos de inflamabilidade e potencial para acidentes domésticos.
Historicamente, a venda do álcool líquido 70% tem enfrentado altos e baixos no Brasil. Proibido inicialmente em 2002, o produto só viu as prateleiras novamente em 2020, quando a necessidade urgente de medidas eficazes de limpeza contra o coronavírus levou à sua autorização temporária. No entanto, com a diminuição da gravidade da crise de saúde pública no último ano, a Anvisa optou por não estender essa autorização.
Os perigos associados ao álcool líquido são significativos, especialmente quando comparados à sua contraparte em gel. A versão líquida não só é altamente inflamável, aumentando o risco de incêndios domésticos, especialmente quando armazenada perto de fontes de calor, como também apresenta um risco maior de ingestão acidental por crianças e de causar queimaduras de pele em caso de contato durante um incêndio.
O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso reforça essa preocupação, destacando que, embora ambas as versões do produto sejam combustíveis, elas queimam de maneira diferente. O álcool em gel queima de forma mais controlada, apenas em sua superfície, enquanto a versão líquida pode causar explosões, elevando exponencialmente os riscos de acidentes.