Vida em planetas travados: como a ausência de ciclos diurnos pode moldar biorritmos

A cientista Maureen Cohen explora como a vida em planetas travados pode desenvolver biorritmos únicos, adaptando-se a condições ambientais.

Imagem: blockbits/Vecteezy/CC

Na Terra, o ciclo de dia e noite é resultado da rotação planetária, influenciando os ritmos biológicos de todos os seres vivos. Contudo, existem planetas que estão “travados”, apresentando um lado sempre voltado para a estrela hospedeira, resultando em um dia interminável, enquanto o lado oposto vive em escuridão contínua.

A cientista planetária Maureen Cohen, em uma publicação no The Conversation, analisa como a vida poderia evoluir nessas condições extremas. Ela observa que organismos da Terra que habitam ambientes sem luz, como os que vivem em cavernas ou nas profundezas do oceano, oferecem pistas sobre a adaptação à ausência de um ritmo circadiano, que é crucial para regular funções biológicas.

Estima-se que bilhões de planetas potencialmente habitáveis existam na Via Láctea, com 41% das estrelas anãs vermelhas abrigando planetas na região “Cachinhos Dourados”, onde a temperatura pode permitir água líquida. O fenômeno conhecido como “bloqueio de maré” faz com que esses planetas não tenham estações, uma vez que a gravidade da estrela afeta mais o lado visível do planeta.

Modelos científicos sugerem que planetas como Proxima Centauri b podem ter ciclos climáticos próprios, com variações de temperatura e umidade que poderiam influenciar a vida. Organismos nesses planetas poderiam desenvolver biorritmos baseados em estímulos ambientais, encontrando soluções únicas para a adaptação à vida em um ambiente sem ciclos diurnos.

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