Almir Lemos e a reinvenção da cerâmica na Bahia

Almir Lemos, artista baiano, redescobre o barro após um acidente e se destaca no artesanato com técnicas que valorizam a autenticidade do material.

Fotos: Acervo pessoal

Almir Lemos, artista baiano, começou a trabalhar com barro desde pequeno, ajudando seu pai nas olarias de Maragogipinho. Após um acidente em 2022 que o forçou a passar por várias cirurgias, ele redescobriu sua paixão pela cerâmica e agora suas obras se destacam no mercado de artesanato.

Almir desenvolve uma técnica diferenciada, onde suas obras, por serem frágeis, requerem um cuidado especial. Ele não utiliza o processo tradicional de cura, o que faz com que suas peças precisem de atenção constante. Durante sua recuperação, ele se dedicou a um mergulho profundo na arte do barro, revisitando métodos antigos que não dependiam do torno.

O torno, que molda o barro em formas uniformes, retira parte da textura e da variedade de cores naturais. Almir percebeu que ao não usar essa ferramenta, conseguia manter as características autênticas do barro, refletindo a relação com a terra e o tempo.

O resultado é a coleção Orixás, que visa transmitir a energia das divindades africanas sem recorrer às formas convencionais. Para Almir, a conexão entre a obra e o observador é crucial, acreditando que o orixá seleciona a pessoa.

Ele está também engajado em diversos projetos, incluindo um na Chapada dos Veadeiros, onde ensinará técnicas de cerâmica para jovens. Em 31 de janeiro, ele realizará uma exposição de sua coleção Orixás, destacando a arte como uma forma de energia que se troca entre artista e público.