Celebração na Catedral inicia semana do autista em Paulo Afonso

Representantes da associação Semear, do projeto Zaqueu, além de famílias e pessoas portadoras de autismo, participaram neste domingo (26), da santa missa na Catedral, presidida por dom Guido, que abre a semana dedicada ao autismo.

Homilia

″É extraordinário como o cego dá testemunho do que é o cristianismo, não é o discurso, não uma ideologia, não é uma teologia, na realidade também não é bonito. O cristianismo é um acontecimento da presença de Jesus na nossa vida […] é a coisa mais simples da vida, somos nós que complicamos″.

A lama que curou o cego é algo concreto

″Jesus passa e ver esse cego, interessante ver no Evangelho que ele não pede a cura, é Jesus que vai ao encontro dele, passa a lama, a coloca nos olhos e depois manda ele se lavar. Então o que é essa lama: desde o início a Igreja escolheu esse milagre na preparação do batismo, quando nós pela graça de Deus pertencemos a Cristo que é luz e nos tornamos luz. É a través da nossa humanidade, do nosso relacionamento cotidiano, que Jesus Cristo nos ajuda a enxergar, cada um de nós, foi tocado a partir do encontro com alguém, nós estamos aqui porque Jesus Cristo nos encontrou através de um relacionamento que nos testemunhou: vale a pena pertencer a Cristo, pertencer a Igreja″.

Crédito: Reprodução

Cristo como Luz

″Neste quarto domingo da Quaresma a Igreja nos propõe Cristo como luz, para que cada um de nós, possa enxergar em si mesmo e depois nos outros com o olhar de Cristo: de acolhimento, de quem se doa e de quem se preocupa″.

A semana dedica ao autista   

″Já existe várias iniciativas, mas nós estamos como diocese procurando abrir a nossa ação de caridade e solidariedade para compartilhar com essas famílias as preocupações, para poder tentar corresponder e responder, a Igreja é sempre aquela que fica atenta às necessidades que surgem a cada dia. Por isso, se há alguns anos eram os Vicentinos, e a Fundame que ainda são, hoje temos outras contidas no projeto Zaqueu para podermos responder a tantas necessidades que encontramos″.

Ong semear ‘O maior problema é o profissional especializado:

Roseane, da Ong semear, agradeceu os parceiros como a UNEB, por exemplo, e a presença de professores à missa, sendo que toda programação perpassa necessariamente pelo caminho da educação, como se pode compreender pela homilia do bispo, trazendo Jesus que fez o cego enxergar, então agora nós precisamos educar o olhar a não ter preconceito e encarar a realidade, quer como Igreja, família ou poder público.

Segundo Roseane, a maior dificuldade para as famílias é justamente encontrar na rede pública o profissional adequado para ajudar no desenvolvimento das crianças. Calcula-se que mais de cem famílias tenham pessoas portadoras de autismo.

″Nossa luta maior aqui é ter atendimento especializado na saúde, nós temos profissionais, a maioria particular, e as famílias não têm condições de pagar, então nós estamos há seis anos buscando esse tratamento″.