Torta de umbu, doce de umbu, mousse de umbu, rocambole de umbu e… cerveja de umbu. O 7º Festival do Umbu, realizado entre os dias 6 e 7 deste mês, no município de Uauá, na região de Canudos e Curaçá, trará manifestações culturais, oficinas, distribuição de mudas e degustação – de umbu.
A cerveja artesanal feita a partir da fruta foi desenvolvida por uma parceria entre a Experimento Beer, cervejaria mineira especializada em bebidas alcoólicas com frutas, e a Cooperativa Baiana de Agricultura Familiar.
Os fabricantes da cerveja, batizada de Saison Umbu, segundo a produção do evento, pretendem distribuir a bebida para todo o Brasil, além de destinar uma parte da produção para exportação.
A cerveja tem 10% da fruta e 6,2% de álcool em sua composição. A produção do evento estima que 40 mil pessoas – entre agricultores familiares, expositores e visitantes em geral – participem do festival.
A Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), uma das organizadoras do 7º Festival do Umbu, trabalha com 16 comunidades do semiárido baiano com o objetivo de produzir iguarias com frutas produzidas pela agricultura familiar da região.
O 7º Festival do Umbu terá entrada gratuita e, além do lançamento da Saison Umbu, realizará um concurso cultural nas modalidades de Literatura de Cordel e Pintura em Tela, que deverão seguir o tema “O ano internacional dos solos”, lembrado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (ONU/FAO).
De acordo com a Coopercuc, o maior objetivo do evento é, além de divulgar a cultura nordestina, dar visibilidade às iniciativas da agricultura familiar, comercialização e sustentabilidade. O Festival é ainda, segundo a cooperativa, uma oportunidade para associações de várias regiões do país em expor e negociar produtos da agricultura familiar na Feira da Economia Solidária, que também será realizada durante o evento.
O estado da Bahia é responsável por 80% da produção de Umbu em todo o país, e grande parte do percentual corresponde ao município de Manuel de Vitorino, no sudoeste do estado. A fruta é um dos carros-chefes de toda a produção econômica da região.
O escritor carioca Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, reconheceu a importância do umbu para a população local e chegou a batizar o umbuzeiro de “Árvore Sagrada da Caatinga”. Segundo produtores, o município de Manoel Vitorino produz cinco mil toneladas por ano de umbu, e vende o quilo por R$ 0,50. Além da fruta, o município cataloga 48 produtos produzidos a partir do umbu.
Fonte: Bahia Notícias