Glória-BA: Produtora registra cerimônia da aldeia Pankararé

A tribo indígena dos Pankararés, localizada dentro da reserva do Raso da Catarina, no limite entre os municípios de Glória e Paulo Afonso, viu de perto as muitas mudanças do sertão baiano no século XX. Não há como contar a história dessa aldeia sem falar sobre a migração da tribo Pankararu nas décadas de 30 e 40, da região localizada entre Petrolândia, Itaparica e Tacaratu para regiões vizinhas e também para outros estados do Brasil.

O estabelecimento da aldeia Pankararé aconteceu de forma muito difícil de 1940 para frente, devido à desapropriação de terras que sofreram por não serem reconhecidos como tribo. Passaram muito tempo sem identidade e lideranças oficiais. Foi somente no ano de 2000 que conseguiram estabelecer-se e afiliar-se a associações indígenas, e em 2006 se engajaram no Programa de Gestão Ambiental Pankararé, em parceria com o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e a UEFS.

Daí para frente foi a força de vontade das lideranças indígenas desse povo que fez com que a aldeia se reerguesse e se firmasse. Foi essa força de buscar a educação de suas crianças, reivindicar suas terras e resgatar tradições indígenas como as cerimônias do Toré e Praiá que estimulou a produtora audiovisual baiana Alumiô e o fotojornalista Rafael Martins a fazer duas visitas à aldeia, para registrar a cerimônia dos Praiás, em companhia do antropólogo Guga Sampaio.

Crédito: Rafael Martins

Além de um pequeno curta-metragem, dois ensaios com a técnica de light painting (iluminação com lanternas em ambientes escuros) foram realizados durante a cerimônia dos Praiás. As fotos foram impressas e levadas como um presente para a aldeia na segunda visita. Assista o vídeo

Acompanhe algumas das fotos e veja a beleza das tradições e a resistência do povo Pankararé. Sua história é um pedaço da história da Bahia, do Raso da Catarina, no coração do sertão baiano.

Texto: Albano Moura

Fotos: Rafael Martins

Vídeo: Alumiô Filmes