Em um recente desenvolvimento no caso envolvendo a Igreja Mundial do Poder de Deus e um escritório de advocacia, a Justiça de São Paulo determinou a penhora de R$466,4 mil da instituição religiosa, ligada a uma dívida de R$15 milhões. Esta decisão surge como mais um capítulo na disputa legal que se desenrola há tempos.
A complicação neste caso surge pelo fato de o valor penhorado não ter sido encontrado nas contas da Igreja Mundial do Poder de Deus, mas, ao invés disso, nas contas da “Igreja Mundial Mais que Vencedores”, uma entidade separada com outro CNPJ. Reportagens do UOL indicam que, nos cultos da Igreja Mundial original, os pastores direcionam as doações para a conta bancária da nova igreja, uma estratégia que, segundo a acusação, visa evitar credores.
A Igreja Mundial Mais que Vencedores, por sua vez, defende sua independência, alegando distinção em termos de CNPJ, sede e representação legal, e rejeita a responsabilidade pela dívida da outra instituição. Contudo, a Justiça rejeitou essa argumentação.
A Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo pastor Valdemiro Santiago, enfrenta várias ações judiciais. Em uma tentativa de evitar a penhora, a instituição argumentou que a medida teria um impacto significativo em sua sobrevivência, salientando que suas receitas provêm de doações voluntárias dos fiéis, as quais, de acordo com a legislação, não seriam passíveis de penhora. A Igreja propôs oferecer outros bens para a quitação da dívida.
Além disso, a instituição solicitou a suspensão do processo por 180 dias, citando os impactos financeiros causados pela suspensão de atividades dos templos durante a pandemia de 2020.
A sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, localizada em Santo Amaro, São Paulo, está em leilão desde setembro para a quitação de dívidas. No mesmo mês, Valdemiro Santiago fez um apelo para que 12 mil pessoas “investissem” na igreja o valor de um salário mínimo, além de solicitar que outros contribuíssem com 1/4 de seus salários.