Um grande evento marcará o lançamento do livro Fiapos de Inspiração, que promete ser como o próprio nome sugere uma inspiração para os leitores. O lançamento acontecerá na próxima sexta-feira, 08, às 19h, na Câmara de Vereadores de Jeremoabo, que contará com a participação de pessoas de vários municípios da região e também de outros Estados. O que chama atenção neste livro, além do layout delicado e agradável, é que a ideia do livro surgiu de um Juiz de Direito.
Isso mesmo. É comum, vermos livros escritos por Juízes numa linha mais dentro da área jurídica, mas nessa área mais
poética é raro. Conversamos com o autor, o Juiz Antonio Henrique da Silva, sobre essa experiência que está sendo concretizada com a participação de mais duas autoras convidadas: Ana Rosa Varjão, que é de Jeremoabo e atualmente está no Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal, e Francis Vitorino que é estagiária de Direito na Comarca de Feira de Santana.
O livro também nasce com um bonito propósito: 30% (trinta por cento) do que for obtido com a venda do livro será destinado para a manutenção da Associação Solidária da Infância e Adolescência do Sertão Baiano (ASSIASB), entidade sem fins lucrativos e visa garantir que crianças e adolescentes tenham direito de brincar e terem acesso a esporte, lazer, recreação e cultura, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Confira a entrevista:
Não é muito comum um Juiz de Direito lançar livro de poesias, visto que se interessam por outros temas. Como surgiu essa vontade de escrever poesias? Esse livro especificamente como surgiu?
Dr. Antonio Henrique – Na realidade, a atividade jurídica é uma atividade de certa forma estressante, especialmente quando a gente atua nas varas criminais, que é uma vara que a gente lida, na maioria das vezes, com o que chamamos de escória da sociedade. São pessoas que cometem crimes dos mais diversos e vêm para o Judiciário para responder por esses crimes. E aqui na Comarca de Feira de Santana comecei a vê-la como um laboratório para a criação artística, cultural, a criação literária, a poesia. Eu comecei transformando histórias de vida de pessoas que chegavam ao Judiciário para responder por processos em poesias, retratando relatos de sofrimento e de frustrações, e assim surgiu a ideia. Inicialmente eram poesias soltas; algumas foram publicadas pelo Tribunal de Justiça; isso foi crescendo, e aí me deparei com uma estudante, que estagia na vara onde trabalho, com um material poético também. Depois em uma viagem até Jeremoabo reencontrei a Ana Rosa Varjão, que foi a criadora do hino do projeto Criança Brincando e se Transformando, uma senhora de um talento que precisa ser valorizado, especialmente pela comunidade jeremoabense.
Como nasceu o título desse segundo livro?
Dr. Antonio Henrique – O termo tem origem no livro FIAPOS, que escrevo desde o ano de 2007, que aborda o tema relativo aos desvios de conduta do ser humano ao longo de sua trajetória e a tentativa de mostrar ser o que efetivamente não é. Fiapos, pedaços do que se vivencia, trechos que nos surgem a qualquer momento. Aqui os Fiapos são de inspiração. São vários contos, textos, demonstrações de situações que foram vivenciadas.
O que as pessoas podem esperar deste livro?
Dr. Antonio Henrique – As pessoas vivenciarão situações onde se buscou alcançar a alma do ser humano. As poesias são baseadas em fatos concretos e em abstrações. Os fatos concretos vivenciados, são tensos, são marcantes. Viajar nesse mundo poético nosso é uma bela viagem, em situações que se virão nessas histórias contadas. E as pessoas poderão ver não apenas a qualidade gráfica, mas também de textos.