A entrega do título de Cidadão de Paulo Afonso ao escritor João de Sousa Lima na sexta-feira, dia 20 de Maio fez com que a Câmara Municipal de Paulo Afonso vivesse momentos de efervescência cultural. A cultura, a preservação da história, da memória dos pioneiros e do patrimônio cultural e arquitetônico da cidade foi o foco dos discursos nesta solenidade.
Lá estavam os escritores e amigos Antônio Galdino, Roberto Ricardo, que é também presidente do IGH, Edson Barreto, atual Secretário de Educação de Paulo Afonso, com a esposa e a linda filha adolescente estes, seus colegas da Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA, Luiz Rubem e a esposa Ângela, o próprio João de Sousa Lima e Edvaldo Nascimento, este último, escritor, professor e vereador em Delmiro Gouveia, onde é pré-candidato a prefeito, mas ajustou uma intensa agenda de trabalho para vir prestigiar o homenageado.
João de Souza Lima, sentado à frente, ladeado pelas filhas Stéfany e Letícia, segurava, o quanto podia, a emoção desse dia especial em sua vida, 20 de Maio de 2016, dia em que “recebeu um novo atestado de nascimento”. O sertanejo, nascido em 20 de Dezembro de 1964, em São José do Egito, em Pernambuco, nas terras do Pajeú, narra assim o lugar onde nasceu, no poema Minha Terra, escrito nas margens do rio Pajeú e publicado no seu único livro de poesias – No Silêncio do Ocaso:
“Nasci numa casinha de “reboco”,
Onde a infância foi tão sagaz,
Na terra do homem “caboco”
Sertão das secas e dos pedregais…”
Além deste livro, João de Sousa Lima, se dedicou a intensa pesquisa sobre o cangaço o que lhe rendeu mais de 10 livros sobre o tema, um dos quais, Morena e Durvinha – Sangue, amor e fuga no cangaço, virou documentário cinematográfico com o título “Os Últimos Cangaceiros” pelo cineastra cearense Wolney Oliveira e é exibido nos cinemas pelo Brasil a fora.
Em sua mensagem, o diretor do jornal Folha Sertaneja pediu que “os vereadores olhassem com atenção os pioneiros de Paulo Afonso e trocassem os nomes de ruas estranhos ou que nada tem a ver com as nossas raízes, como Rua Canadá, Rua Maranhão, Rua Recife e muitas, dezenas, centenas de outras, passassem a ter os nomes daqueles que foram os pioneiros na construção desta cidade, deste município e que também a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico fosse observada para que não aconteça com prédios como a Casa de Hóspedes, Casa da Diretoria da Chesf, CPA, IFBA, igrejas, escolas do começo da história desta cidade se transformem num monte de entulhos como aconteceu com o Restaurante da Chesf que foi derrubado pela insensibilidade de alguns que nem são de Paulo Afonso”.