O desempregado Carlos Willian dos Santos, de 28 anos, foi diagnosticado com obesidade mórbida e sofre há quase quatro anos para conseguir passar por uma cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Morador de São Vicente, no litoral de São Paulo, ele contou que é difícil encontrar uma balança que pese os quilos que ele tem. “A última balança que eu tentei me pesar deu mais de 300 kg. Não posso falar o peso certo porque não tem balança que consiga me pesar certinho, mas sei que tenho mais de 300 kg”.
A obesidade, segundo Santos, é um problema que ele sofre desde a infância. “Fui uma criança que, desde pequeno, era mais gordinho que a maioria. Por volta dos 18 anos, eu já pesava cerca de 150 kg. Não é um problema de agora, é coisa antiga e de família”.
Antes da pandemia, ele trabalhava como vendedor autônomo, mas com o agravamento da situação, ele não conseguiu mais trabalhar. “Eu era vendedor porta a porta, e mesmo com a minha obesidade, eu saía, ia andando de casa em casa, tentando vender. Eu não me deixava abater, mas de um tempo para cá, minha dor começou a ficar muito forte, tem vezes que não consigo levantar da cama de tanta dor na coluna”.
Além das dores, Santos explica que já teve algumas complicações por causa da obesidade. “Sou hipertenso e estava no nível de pré-diabetes. A minha locomoção é dificultada, e como tive edema no pulmão, a minha respiração é muito fragilizada. Não consigo dormir direito à noite, por volta de uma ou duas horas por noite, acabo dormindo sentado, porque deitado não tenho respiração”.
A vontade e luta para conseguir fazer a cirurgia surgiu após o alerta de um médico. “Até passar por ele, eu estava me entregando, literalmente. Ele me internou quando tive um edema, e me falou que eu precisava emagrecer, caso contrário, eu morreria antes dos 30, pois meu corpo não resistiria, e estou vendo isso agora. Meu corpo, com 28 anos, está parando. Meu joelho não consegue andar direito, minhas costas estão doendo muito, meu pulmão não funciona direito, e meu coração dá uma acelerada forte”.